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terça-feira, dezembro 04, 2012

Estimular a criatividade faz parte do sucesso

Por Patricia Bispo


O desejo de milhares de empresas em todos os continentes é encontrar profissionais que se comprometam com o negócio e façam o diferencial para o cliente. Para isso, é preciso que além das competências técnicas, os colaboradores tragam consigo algo a mais e que está contido dentro de cada um como, por exemplo, o potencial criativo, o bom humor, o desejo de superação e de realização naquilo que faz.
Se por um lado o desenvolvimento das competências comportamentais está diretamente ligado ao desejo da pessoa em sair da zona de conforto, por outro as empresas também podem e devem estimular os profissionais nessa jornada. E isso vale para qualquer segmento corporativo. O Atelier dos Sabores - empresa que atua na produção de doces e salgados, no Rio de Janeiro, há quase 15 anos desde a sua fundação, acredita que o ambiente de trabalho influencia a capacidade que as pessoas têm de inovarem seus produtos.
E como todo bom gourmet sabe, para produzir pratos deliciosos é preciso estar bem consigo, pois basta um deslize, um momento de descontração por um sentimento "negativo" e toda uma produção pode perder literalmente o sabor. De acordo com Pedro Bacellar, diretor do Atelier dos Sabores, o incentivo ao potencial criativo dos funcionários sempre fez parte dos pilares da empresa. "Atuamos em um mercado altamente competitivo onde a qualidade dos produtos e operação logística eficiente são exigências do mercado. Para atingir um destaque é necessário ir além da produção, buscando constantemente inovações", assinala. 


Quando questionado como a criatividade é estimulada no dia a dia da empresa, Bacellar responde que os gestores sempre procuram deixar os colaboradores à vontade para dar apresentarem qualquer ideia, seja sugerindo uma nova receita, produto ou até mesmo o processo que envolva a produção de determinado item. Dessa forma, a empresa consegue incentivar as pessoas a sempre pensarem em como poderão trabalhar os produtos que já existem e, logicamente, melhorá-los a cada dia. Tudo isso de forma mais rápida, eficiente e sem perder a qualidade.

"Novas ideias e melhorias em processos são sempre bem-vindas. Por isso, tentamos estimular essa comunicação é através da nossa estrutura hierárquica vertical e uma política de portas aberta. Todo colaborador possui liberdade para apresentar uma proposta a qualquer momento", afirma Bacellar ao acrescentar que uma característica da empresa é a forte presença do espírito de equipe. Isso fica comprovado na prática, tanto que até o momento não houve um case de extremo sucesso que tenha sido trazido exclusivamente por um funcionário. Normalmente, uma grande receita vem de várias ideias até se chegar ao aperfeiçoamento, ao ponto ideal. "Assim não se beneficia um colaborador ou uma equipe de colaboradores, especificamente. O retorno é sempre pensando no quadro inteiro de funcionários", assegura o diretor do Atelier dos Sabores.
Ainda em relação aos líderes, esses buscam estimular a criatividade das equipes trazendo novas tendências do mercado, seja através de fotos, vídeos ou até mesmo explicando o que foi observado de inovador. Dependendo do funcionário e de acordo com a habilidade e a autoconfiança, em determinados casos de desenvolvimento de um produto similar a um já existente ou tendo outro como base, o gerente geral "deixa na mão" do próprio colaborador a responsabilidade para que o mesmo desenvolva sozinho aquele determinado produto, mas sempre colocando a criatividade em prática.
O ambiente - Mesmo reconhecendo que o ambiente influencia e estimula o potencial criativo dos profissionais, Pedro Bacellar diz que ainda existe um caminho a ser percorrido, para que a empresa chegue ao que considera ideal. "Mas estamos sempre focados em melhorar as condições de trabalho de cada setor, para que as pessoas atuem de forma mais agradável e consequentemente possam ter ideias boas. Acreditamos que ninguém consegue se estimular a ter ideias, estando num local inadequado e que o deixe insatisfeito. Por isso, a nossa busca da satisfação é contínua", garante.
Ao ser questionado sobre o posicionamento da empresa, quando é identificado algum fator está interferindo na criatividade da equipe, o diretor diz que a empresa realiza um rodízio de posições nas etapas de produções. Dessa maneira, todas as fases são compartilhadas e os profissionais alcançam um melhor entendimento, confiança, bem como o feedback da própria equipe. Ou seja, o colaborador não fica preso a uma mesma função durante muito tempo, porque ele vivencia toda a cadeia produtiva e com um domínio pleno do processo completo consegue contribuir com mais intensidade na busca por oportunidades de melhorias.
A rotina - E para fazer os talentos saírem da rotina de realizar milhares de doces e salgados? Quando indagado sobre essa possibilidade, Bacellar mostra-se satisfeito e destaca que a mesmice está fora do cardápio do Atelier dos Sabores. Segundo ele, a empresa comemora os aniversariantes do mês em uma data específica. Nesse dia sempre é feito um bolo especialmente para o aniversário, para que todos os funcionários vejam que a fábrica mobilizou-se para aquele momento de descontração. "Ao invés de simplesmente pegar um bolo normal do estoque, o bolo é específico. Todos têm direito a levar um bolo no mês do seu aniversário e no Natal. No dia das mães, damos um brinde às mulheres. No dia dos pais, o mesmo é feito com os homens", reforça.
Outro detalhe interessante é para os funcionários do Atelier dos Sabores, escapar da mesmice também significa sair do ambiente de trabalho. Durante a confraternização de final de ano, por exemplo, a empresa leva os colaboradores para o Hotel Fazenda St. Robert e realiza uma breve apresentação sobre as informações mais relevantes do ano e que estão relacionadas ao negócio. No ano passado, por exemplo, o clima que envolveu a comemoração contou com clima informal, adicionado a uma pitada de inovação ao evento, já que o local oferecia atividades que proporcionavam um ambiente de muita aventura.
Além disso, houve uma maior integração da equipe e a proximidade com a natureza transmitiu um clima de relaxamento necessário após um ano de muito trabalho. Bacellar lembra, ainda, que o investimento no potencial criativo é fundamental para que a empresa consiga um destaque no mercado. "A rotina intensa de trabalho muitas vezes dificulta as pessoas pensarem em: o que eu posso fazer, para levar ao meu cliente um produto inovador? No entanto a resposta para essa pergunta é a chave para o sucesso. Por essa razão, a criatividade deve fazer parte do dia a dia de toda organização que busca estar entre as melhores", sintetiza o empresário.
A natureza - Sem dúvida alguma sair do ambiente de trabalho faz com que muitos profissionais aliviem a tensão do ambiente corporativo a que sempre estão expostos. Foi justamente por essa razão que o Atelier dos Sabores optou por levar seus colaboradores para perto da natureza e passar momentos descontraídos no St. Robert. De acordo com Henrique Marques Lisboa, diretor do hotel, cada vez mais as empresa têm recorrido a espaços que transmitam tranquilidade às suas equipes. O hotel, por exemplo, já recebemos grupos de multinacionais.
"Hoje, os empresários consideram uma opção perfeita para quem busca uma prática mais animada e aventureira para registrar datas comemorativas. Além de incentivar o quadro de colaboradores, as ações lúdicas integram ainda mais as equipes, sem abrir mão do clima natural", argumenta Lisboa.

Fonte: www.rh.com.br

Magia, arte e espírito de liderança


Por Patricia Bispo

Sonhar é inerente à vida do ser humano. Mas, são poucas as pessoas que conseguem transformá-los em realidade, seja porque simplesmente decidiram dar um novo rumo às suas vidas ou, então, porque os obstáculos foram mais fortes que seus mais incontidos desejos. A entrevista que trago hoje, para os leitores do RH.com.br, é especial por um aspecto: meu entrevistado não é um profissional da área de Recursos Humanos, mas tem sido requisitado por muitas empresas para passar um recado extremamente significativo - a importância da sinergia para a que as pessoas não formem apenas um grupo, mas sim um verdadeiro time. 

Refiro-me a Marcos Casuo, presidente da Universo Casuo (UC), uma companhia que nasceu há quase três anos e que oferece aos seus clientes a magia do circo, através da música, da dança, de acrobacias e de um figurino que encanta pessoas de todas as idades. Casuo passou por empresas de destaque, dentre elas o Cirque du Soleil - considerada uma das organizações que mais cresce no mundo. Hoje, ele orgulha-se e abre um sorriso largo ao afirmar que transformou seu sonho em realidade e que conta com uma equipe que se motiva através dos desafios. "Por inúmeras vezes, meus amigos me pegavam sonhando acordado e por esses momentos fui motivo de chacota, piadas e jingles - músicas com rima sobre meus desejos. Hoje consigo descrever o indescritível que está relacionado ao meu desejo de criar e realizar. Sair do Cirque du Soleil para montar o meu Universo foi mais um salto em minha vida", afirma com extrema emoção. Segundo ele, as grandes empresas de sucesso são concebidas não por funcionários e sim por seres humanos apaixonados pelo que fazem. O "Soleil mostrou-se o infinito da criatividade e me ensinou a ser um profissional muito mais paciente", confessa durante entrevista ao RH.com.br. Quando sobe no palco, ele consegue levar alegria através de personagens como clown e mostra porque o "espetáculo não pode parar". Deixo com você a entrevista com empresário e artista Marcos Casuo, que essa semana é um dos destaques do 27º Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento, que acontece em Santos/São Paulo, no período de 27 a 30 de novembro. Na oportunidade, Casuo conduzirá a palestra espetáculo: "A Excelência na Prática". Tenha uma ótima leitura!



RH.com.br - Você possui uma história que inclui a passagem por uma empresa que impressiona não apenas pelo porte, mas também pela emoção que transmite ao público - o Cirque du Soleil. Saiu de lá e fundou o Universo Casuo. Por que essa vontade de criar o seu próprio mundo? 
Marcos Casuo - Todos nós temos um objetivo na vida seja ele profissional, seja pessoal, e muitas vezes até momentâneo. A luta é constante para obtermos o que sonhamos e se conseguimos sonhar, então, podemos com certeza realizar. A vontade de realização vem com o decorrer do tempo, principalmente quando a paixão pelo que fazemos é maior que qualquer obstáculo, isso nos impulsiona ao ponto mais alto que é o prazer de poder visualizar o sonho. Por inúmeras vezes, meus amigos me pegavam sonhando acordado e por esses momentos fui motivo de chacota, piadas e jingles - músicas com rima sobre meus desejos. Hoje consigo descrever o indescritível que está relacionado ao meu desejo de criar e realizar. Sair do Cirque du Soleil para montar o meu Universo foi mais um salto em minha vida. Descobri que o circo está no coração do povo e o nosso Brasil precisa de mais cores, alegria e de um projeto que pudesse motivar, vibrar, emocionar e, principalmente, resgatar nas pessoas o desejo de viver, vencer e sonhar. O Projeto UC se encaixa perfeitamente dentro dos moldes corporativos devido à minha experiência com o famoso Cirque du Soleil e de toda a sua gestão. Minha mais nova história como líder e empreendedor no Universo Casuo encanta e mostra para os nossos clientes e gestores o possível do imputável, mostra que ele existe e é palpável. Por esse motivo criei o Universo Casuo para também mostrar ao Brasil que não somos bons apenas em futebol ou carnaval.


RH - Você ainda utiliza as experiências adquiridas no Cirque du Soleil no dia a dia? 
Marcos Causo - O Cirque du Soleil não é uma escola, por mais que muitos artistas ainda pensem que se conseguirem entrar para o Soleil, irão aprender muito. Isso não existe, pois já saímos pronto para executar nossas funções. O Cirque du Soleil contrata artistas e profissionais experientes nas modalidades que são exigidas. No meu caso como acrobata, comediante e artista performático. Quando cheguei ao Canadá fomos treinados para exercer determinados personagens e quadros, fui submetido a ensaios diários para a adequação das modalidades e a criação dos personagens, isso quando entramos para uma nova criação. Mesmo assim fui escolhido para esses ensaios. Quando fui para o Soleil já sabia que iria fazer e o que precisaria treinar. Eles não interferem em sua técnica, mas mostram-lhe a forma que preferem trabalhar e com isso nos dão liberdade para ousar e descobrir nossos limites de recriação. O que utilizo no meu dia a dia em minha empresa é o respeito, a admiração e o reconhecimento de toda a minha equipe, isso foi o que mais me chamou a atenção no Soleil. Por isso, prezo por uma vida melhor aos nossos artistas e nossos colaboradores. Descobri que as grandes empresas de sucesso são concebidas não por funcionários e sim seres humanos apaixonados pelo que fazem. O Soleil mostrou-se o infinito da criatividade e me ensinou a ser um profissional muito mais paciente.


RH - Ao dar esse passo, você mostrou características de liderança e formou uma equipe que vence e supera desafios diariamente. Quem está à frente do UC: Marcos Casuo ou o artista que sobe no palco? 
Marcos Causo - Quem está à frente desse projeto, ou melhor, na liderança disso tudo é o senhor Marcos Casuo. Porém, sempre tenho ao meu lado meus amigos e profissionais que são auxiliados por mim e que também contribuem para toda e qualquer decisão. Como em toda empresa, seguimos os alicerces e os exemplos de empresas do mundo do entretenimento, para que possamos nos basear apenas na infraestrutura e na modernidade que o mercado oferece e, principalmente, naquilo que os nossos seguidores, fãs e no público, em geral, buscam. A vantagem do senhor Marcos Casuo e o artista Casuo é que ambos são conhecedores das necessidades de logística empresarial e da logística artística. O artista Casuo passou por tudo isso e também viveu a falta de estrutura nos eventos, shows e convenções. Isso influencia muito o psicológico de um artista, algo que não permito dentro de minha produtora. Muitas vezes quando somos chamados para entreter, nossos clientes encontram uma forma inusitada de cativar seus clientes e dar continuidade ao business e à network. Resumindo, existe muito do Marcos Casuo empresário e do artista Casuo que busca o respeito, o reconhecimento da classe artística e a excelência exigida por todos os nossos contratantes.


RH - O circo sempre é visto como uma grande família, mas mesmo assim não deixa de ser uma empresa. Como é ser líder de uma organização que oferece ao público magia e emoção? 
Marcos Causo - No Brasil, não vejo a grande parte dos circos como empresa, parece que muitos fogem dessa responsabilidade e principalmente do comprometimento. O Brasil não é referencia de arte circense, como a Rússia, a Índia, a China e a Europa. Como empresário e presidente do Universo Casuo, também fiquei apreensivo com tamanha responsabilidade e hoje sou realizado em saber que proponho alegria, que vendemos sonhos e que na grande maioria o resultado é imediato. A expansão do nosso Universo está apenas começando e em tão pouco tempo atingimos mais de um milhão e 300 mil pessoas em menos de três anos de existência, sendo que 85% são as empresas de grande e de médio porte que se identificam com os nossos objetivos e a forma que encontramos de inovar. Porém, a minha história de vida e de persistência vem ao encontro de quase tudo que somos, quando entretemos nossos clientes, estamos entretendo os clientes de nossos clientes, de futuros amigos, pois não existe uma única empresa que deixou de se encantar com o nosso Universo. Isso não tem preço e a relação com o mundo corporativo fica a cada dia mais estabilizada. Isso me faz sentir vivo e feliz, pois quando chegamos à cidade com o meu circo, famílias se deslocam para nos prestigiar, não pela mídia investida e sim pelo simples fato do seu pai ou da sua mãe ter tido o prazer de nos ver em uma das convenções que a empresa, onde eles trabalhavam, proporcionou. Motivamos pessoas que são apelidadas de funcionários. Sabe como é ser líder de um projeto como esse? Eu estou vivendo a cada dia como se fosse o meu último dia de vida, tão quanto maior do que o dia que fui chamado para trabalhar na maior empresa de entretenimento circense do mundo o Cirque du Soleil.


RH - A diversidade das pessoas é indiscutível no UC. Como você faz para que esses talentos abracem o seu sonho? 
Marcos Causo - Muitos dos nossos artistas são convidados pelo talento e pela vontade de vencer, seus sonhos são tão importantes quanto a diversidade deles. A alma de artista é a sua razão e muitos não precisam de incentivo para continuar. Eles precisam de reconhecimento, respeito, aplausos e condições de trabalho para continuarem criando e atuando por muitos e muitos anos. A sua boa remuneração é consequência da sua magia e encanto do seu profissionalismo e comprometimento com o projeto. Queremos crescer juntos e para isso acontecer precisamos de todos e principalmente de sugestões, ideias das quais a nossa equipe muitas das vezes abusa de tanta criatividade. Eu sou do tipo que toda ideia é valida, pois para mim não existem ideias ruins. Tudo depende de como construímos e produzimos o inusitado. Somos apaixonados pelo inusitado e por novos desafios. Isso deixa toda a equipe UC ansiosa (risos).


RH - O desafio de superar limites é uma constante no Universo Casuo. A magia do circo ajuda os talentos vencer os desafios? 
Marcos Causo - Os valores e as profundas convicções do Universo Casuo baseiam-se na audácia, na criatividade e na imaginação de nossa equipe: a semente de nosso sucesso. Na companhia UC, a criatividade é a injeção para todos os esforços, exploramos um leque de infinitas possibilidades. Por este motivo, os desafios criativos são de enorme importância para cada projeto, seja o espetáculo ou qualquer outra ação inovadora. A magia que envolvente do circo é notável e funciona como combustível para toda equipe artística que acaba também envolvendo todos da técnica. Parece conto de fadas (risos), mas é assim que funciona. Isso é equipe, isso é a nova geração de artistas circenses. Artistas que se apaixonaram por esse mundo encantador, que se consideram circenses mesmo não tendo nascido em um circo.


RH - Qual a marca registrada de Marcos Casuo como líder organizacional? 
Marcos Causo - O Sonho. Menciono em minhas palestras sobre um desenho chamado: o fantástico mundo de Bob. Um garoto sonhador que se teletransporta para dentro dos seus sonhos e vivencia em tempo real seus desejos e suas vontades. A diferença dele para mim é apenas a idade (risos).


RH - Quais as principais competências, além das técnicas, que um profissional deve ter para ingressar no seu time? 
Marcos Causo - Paixão pelo que faz. Disciplina, comprometimento, amor à arte, vontade de vencer, ser inovador, perseverante e sonhador.


RH - No que se refere a líderes e equipes, que similaridades existem entre o circo e as empresas de outros segmentos como varejo, indústria, entre outros? 
Marcos Causo - Relacionado à empresa, o circo não deixa de se comprometer e atuar como uma empresa. Dentro dele existe todo um organograma a ser seguido e respeitado como em todas as grandes empresas, e isso gera a organização entre os setores. Em meu circo, ou seja, no Universo Casuo nossos segmentos de abordagem - vendas e publicidade seguem os mesmos parâmetros de qualquer empresa de entretenimento. O diferencial é a forma que apresentamos, estamos sempre atualizando nossas tecnologias e isso aguça muito a curiosidade de todos. Não tenho como comparar ou dizer se existe alguma similaridade entre o circo e outras empresas, pois o alicerce de cada uma baseia-se na ideologia e na estratégia de cada um. Mas tecnicamente essa comparação tem seus similares a não ser a logística, pois o circo é a única empresa mambembe que gira pelo mundo transportando seus artistas, técnicos e seu pessoal apelidado no mundo corporativo de funcionários.


RH - Você promove trabalhos para empresas, qual o seu principal objetivo ao realizá-los? 
Marcos Causo - Meu objetivo é promover entretenimento de qualidade, motivacional e artístico para todas as classes sociais. Com a mesma excelência e profissionalismo que outras empresas internacionais vêm realizando, porém faço isso com um projeto 100% brasileiro dentro do nosso país.


RH - Se, nesse momento, o UC fizesse uma apresentação para um público de líderes que vivenciam problemas com seus times, qual seria principal mensagem que você e sua equipe deixariam? 
Marcos Causo - Sinergia. A excelência das apresentações do UC foi conquistada através de um grande trabalho, realizado em equipe e com total comprometimento de todos os envolvidos. Ninguém faz algo sozinho! Sinergia, trabalho em equipe, essa é a mensagem.


Patrícia Bispo
Formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap. Atuou durante dez anos em Assessoria Política, especificamente na Câmara Municipal do Recife e na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Atualmente, trabalha na Atodigital.com, sendo jornalista responsável pelos sites: www.rh.com.br, www.portodegalinhas.com.br e www.guiatamandare.com.br.



sexta-feira, março 16, 2012

Por que as empresas brasileiras não encontram os profissionais que procuram?

Por Patricia Bispo

Todos os dias, os canais de comunicação veiculam notícias sobre o mercado de trabalho. Nesse contexto, apresentam-se os dois lados da moeda. No primeiro, encontram-se os trabalhadores que formam filas quilométricas em busca de chance para mostrarem seus valores e garantirem uma vida digna. Do outro, estão as empresas que afirmam enfrentar um sério problema: não encontram profissionais para preencherem as vagas que disponibilizam. Essa situação torna-se conflitante, pois as organizações precisam de profissionais e esses não consegue o tão sonhado emprego. Alguns denominam esse quadro como "apagão de talentos", enquanto que outros preferem referir-se a essa situação como falta de mão de obra especializada para atender às necessidades das organizações. Para falar sobre esse assunto, o RH.com.br entrevistou Jerônimo Mendes consultor e palestrante nas áreas de negócios, empreendedorismo, mudança organizacional, comportamento e mundo corporativo. Para ele, quando a economia está aquecida, o mercado melhora de maneira generalizada e a demanda por mão de obra especializada aumenta. Quem está mais preparado possui mais oportunidades e a lei continua a mesma: a escassez encarece o "produto". "Existem 3,5 milhões de jovens desempregados no Brasil, segundo dados do último censo do IBGE. Das duas uma: ou os jovens não querem trabalhar ou os programas de retenção e qualificação profissional estão equivocados", alerta Jerônimo Mendes. Confira a entrevista na íntegra e tenha uma agradável leitura!



RH.com.br - A expressão "apagão de talentos" tornou-se tão constante no meio organizacional que, quando surge em determinadas conversas, algumas pessoas preferem mudar de assunto. Isso significa que a preocupação com a falta da mão de obra qualificada perde sua força e deixa de ser uma preocupação para as empresas?
Jerônimo Mendes - Particularmente, não gosto da expressão "apagão de talentos". Prefiro escassez de mão de obra qualificada. Talento todo ser humano dispõe de um, portanto, não deveria faltar. O que acontece é que o mercado está aquecido e isso provoca uma competição mais acirrada por talentos. Em períodos econômicos mais favoráveis, o mercado melhora de maneira generalizada e a demanda por mão de obra especializada aumenta. Quem está mais preparado, naturalmente, tem mais oportunidades e, é óbvio, a lei continua a mesma: a escassez encarece o "produto". Quem tem qualificação procura uma nova oportunidade de melhoria e quem precisa dela, paga melhor. É simples assim.

RH - Pessoalmente, o senhor acredita que existe um apagão de talentos no Brasil ou as empresas não estão sabendo atrair os profissionais que tanto necessitam?
Jerônimo Mendes - Procuro sempre olhar sob dois pontos de vista diferentes: o primeiro é o da competição natural em função da economia aquecida; o segundo é o fato de que as empresas não se preparam para isso. Em geral, elas trabalham no limite. Quando acontece algo inesperado, as empresas não conseguem repor a mão de obra na mesma velocidade. Leva tempo para se qualificar um profissional. Além do mais, poucas empresas trabalham com o conceito puro de RH para o desenvolvimento da mão de obra. Existem 3,5 milhões de jovens desempregados no Brasil, segundo dados do último censo do IBGE. Das duas uma: ou os jovens não querem trabalhar ou os programas de retenção e qualificação profissional estão equivocados.

RH - Investir no treinamento interno não seria uma alternativa de driblar essa falta de profissionais qualificados?
Jerônimo Mendes - O treinamento ajuda, porém, em tempos de economia aquecida torna-se mais difícil retirar os profissionais da linha de frente para qualificá-los, por isso, o treinamento demanda planejamento. Quando o RH é atuante e a empresa prioriza a qualificação interna, o treinamento pode promover excelentes resultados. Entretanto, devemos lembrar que o ser humano é ambicioso e a lealdade já não é mais um atributo a ser considerado na retenção de talentos. É necessário muito mais do que salário para segurar alguém na empresa.

RH -
Em relação aos novos talentos que ingressam no mercado, outra alternativa para as empresas seria ter um pouco mais de paciência com esse público e acreditar mais no potencial dos jovens que não possuem experiência?
Jerônimo Mendes - Infelizmente, as empresas não podem esperar, esse é um problema sério. O ideal seria acreditar no público minimamente qualificado e investir um pouco mais nele. Em empresas de médio e grande porte isso é feito através de programas de trainee, banco de talentos, por exemplo. Empresas de micro e pequeno porte já não podem contar com essa facilidade considerando que o investimento impacta diretamente no custo do produto ou serviço. Contudo, é uma posição que muitas empresas já estão adotando.

RH - Quais os efeitos que o apagão de talentos traz para as organizações e, consequentemente, para a economia nacional?
Jerônimo Mendes - Todos perdem. Os profissionais perdem a oportunidade de se recolocar e progredir; as empresas, de produzir e lucrar mais; os governos, de arrecadar mais.

RH -
Esse quadro de falta de mão de obra qualificada ainda vai durar por muito tempo?
Jerônimo Mendes - Esse fenômeno é cíclico, ocorre de tempos em tempos. Note que em alguns períodos, quando o mercado está aquecido, falta mão de obra qualificada. Em outros tempos, existe excesso de mão de obra qualificada e não é possível absorver todo o efetivo. Temos a Copa Mundial em 2014 e as Olimpíadas em 2016 e isso vai gerar ainda mais escassez. Além do mais, o Brasil é um dos poucos países do mundo com chances promissoras de crescimento, portanto, não existe sinal de que a competição diminua. O inverso é verdadeiro, portanto, quanto mais cedo as empresas se preocuparem com isso, melhor.

RH - Quando se fala em contratação de talentos, automaticamente nos reportamos à atuação do profissional de Recursos Humanos. Essa é a "hora e a vez do RH" fincar suas raízes como integrante das estratégias organizacionais?
Jerônimo Mendes - Para suprir essa deficiência, as empresas precisam de um RH mais atuante e menos operacional. É o que se chama de RH estratégico. Empresas que não priorizam a qualificação da mão de obra interna e o desenvolvimento da mão de obra futura não podem reclamar. Apesar de toda a tecnologia disponível, o recurso mais importante continua sendo o ser humano. Quando se trata do operacional, mais voltado para a produção, concordo que o problema é generalizado, entretanto, em cargos e funções intermediárias e também em nível de liderança, é possível desenvolver um bom trabalho interno para evitar a escassez. Na prática, as empresas reclamam da escassez, mas não fazem nada para mudar a realidade em que se encontram.

RH - Por que a atuação da área de RH fará o diferencial, num momento em que a escassez de talentos evidencia-se de uma forma tão expressiva?
Jerônimo Mendes - Em entrevista anterior ao RH.com.br, eu afirmei que sou um defensor incondicional da área de Recursos Humanos. Eu prefiro RH em vez de DP que é sempre pejorativo. Na minha modesta opinião, o RH nunca perdeu a sua importância estratégia. O que acontece é que em algumas empresas, o RH tem mais importância e em outras, menos. Em momentos de escassez é que se nota a diferença entre ser um RH ou um DP. Quando se eleva a importância do RH, as coisas fluem naturalmente, principalmente quando você tem um líder efetivo na área, entretanto, não basta mudar a sigla da área, é preciso conceder autoridade e responsabilidade para que as coisas aconteçam de fato.

RH - O que o senhor sugere para o gestor de RH melhorar essa situação dentro da empresa?
Jerônimo Mendes - Encare o problema de frente e pare de carregar a empresa nas costas. Prepare um plano de ação específico para apresentar à diretoria e o coloque em prática. Nenhum problema se resolve sem ações concretas, de acordo com o tratamento que o problema merece.

RH - Qual a mensagem que o senhor deixa para os profissionais de RH que têm a oportunidade de consolidar a contribuição da área para o mundo dos negócios?
Jerônimo Mendes - Quanto mais operacional você for, menos estratégico você será. Pensar com cabeça de RH significa ir além da burocracia. Em tempos de competição acirrada por mão de obra específica e qualificada, o RH é vital para as organizações. Planejar o futuro ainda continua sendo a melhor forma de evitar a escassez de mão de obra qualificada. Aliás, há um provérbio chinês que também vale para o RH: "quem não sabe para onde vai, qualquer lugar serve", portanto pense nisso e aja diferente.


Patrícia BispoFormada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap. Atuou durante dez anos em Assessoria Política, especificamente na Câmara Municipal do Recife e na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Atualmente, trabalha na Atodigital.com, sendo jornalista responsável pelos sites: www.rh.com.br, www.portodegalinhas.com.br e www.guiatamandare.com.br.

Pizza Hut: a turma acima dos 60 anos coloca a mão na “massa”

Por Patricia Bispo

Dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que a expectativa de vida dos brasileiros aumentou cerca de três anos entre 1999 e 2009. Hoje, espera-se que uma pessoa viva no mínimo 73,1 anos. Essa realidade reflete em toda a sociedade, inclusive no âmbito organizacional. Hoje, por exemplo, grandes empresas investem na iniciativa de contratar profissionais que já se aposentaram e que se encontram acima dos 60 anos.

Uma empresa com larga experiência na contratação de pessoas que fazem parte da "turma da boa idade" é a Pizza Hut, que em 2003 instituiu o Programa Atividade direcionado para recolocação de profissionais que já se encontram com mais de 60 anos. Inclusive, a iniciativa tem como base que um dos fatores mais importantes para a qualidade de vida do ser humano é a saúde mental. E isso, por sua vez, só acontece quando a pessoa encontra-se ativa, exercendo seus dons, aplicando sua experiência, exercitando a criatividade, ensinando, aprendendo, comunicando-se, sentindo-se útil e produtiva.

De acordo com Daniella Cristina, gerente de RH da Pizza Hut de São Paulo, o profissional interessado em concorrer a uma oportunidade através do Programa Atividade deve realizar seu cadastro através do site da empresa - http://www.pizzahutsp.com.br/trabalhe-conosco/ durante todo o decorrer do ano. Além disso, exista a alternativa de deixar o currículo em uma das 18 unidades da marca na Grande São Paulo. Esses cadastramentos, por sua vez, passarão a fazer parte do banco de dados da empresa e serão consultados sempre que a organização necessitar contratar um novo colaborador. E as vantagens para quem ingressa na organização, complementa a gerente de RH, incluem: plano de saúde e odontológico, cesta básica, remuneração acima da média do mercado, seguro de vida e alimentação no local de trabalho.

Vale, ainda, lembrar que para participar do Programa Atividade é preciso ter o ensino médio (antigo segundo grau) e ter algumas competências necessárias ao negócio como: capacidade para trabalhar em equipe, foco na qualidade da experiência do consumidor, comunicação eficaz, flexibilidade e criatividade. Outro fator relevante é que o candidato não precisa ter experiência anterior.

"O processo seletivo do Programa Atividade é muito próximo aos demais processos seletivos da Pizza Hut. A entrevista sempre é feita com o gerente do restaurante e no local onde eles irão trabalhar, isso para que ambos analisem o interesse. Caso a pessoa seja admitida, será encaminhada para o processo de exames e de documentação", explica Daniella Cristina, ao acrescentar que toda a condução do Atividade é realizada pela área de Recursos Humanos da empresa.
Após a contratação - Ao ser questionada qual o procedimento que a área de Recursos Humanos adota, após a contratação do profissional, a gerente de RH afirma que o integrante do Programa Atividade passa por um processo de treinamento como os demais funcionários que estão iniciando na empresa. Nos dois primeiros dias, o recém-contratado ingressa em um treinamento teórico, no qual participa de palestras sobre diversos assuntos como procedimentos de produtos, histórico da empresa, atendimento ao cliente, manuseio de alimentos, entre outros assuntos. Após essa etapa, o funcionário inicia seu treinamento no restaurante, onde conhece todas as áreas de trabalho com o acompanhamento do gerente ou do instrutor.

Em relação ao convívio dos funcionários acima dos 60 anos com os demais colaboradores que atuam na Pizza Hut, Daniella Cristina cita que a aceitação costuma ser muito positiva em relação à equipe, pois os colaboradores da empresa conseguem entender o objetivo do programa e enxergam no profissional experiente uma pessoa que agrega valores para a organização.

O que mudou na empresa? - Um fato que chamou a atenção da empresa é que após a instituição do Programa Atividade, os restaurantes passaram a ter mais profissionais que auxiliam a equipe. Para a direção da Pizza Hut, a pessoa que integra o Programa Atividade não é um simples funcionário, mas uma pessoa com experiência de vida, um exemplo que auxilia todos os demais da equipe em relação à interação, ao trabalho com clientes, além de ser capaz de dar bons conselhos para quem está iniciando a vida.

"A Pizza Hut enxerga o Programa Atividade como um trabalho de inclusão social muito importante, uma vez que, mesmo que esses profissionais tenham muito conhecimento e experiência, geralmente a sociedade costuma excluí-lo do mercado de trabalho. Enxergam essas pessoas como incapazes de colaborar com o resultado da empresa, o que é um grande engano", conclui Daniella Cristina, ao mostrar visível sinal de orgulho ao contribuir com essa iniciativa.


Patrícia BispoFormada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap. Atuou durante dez anos em Assessoria Política, especificamente na Câmara Municipal do Recife e na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Atualmente, trabalha na Atodigital.com, sendo jornalista responsável pelos sites: www.rh.com.br, www.portodegalinhas.com.br e www.guiatamandare.com.br.