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domingo, março 01, 2009

Recursos Humanos e Qualidade de Vida

RH - Qualidade de Vida - Artigo

Por Patrícia Pessotti

Há milhões de anos o último dinossauro deixava de existir. Era o fim do período Pleistoceno ou Plistocénico - época da era Cenozóica compreendida entre 1.806.000 anos e 11.500 anos atrás - e o começo de uma nova etapa da evolução. Milhões de anos se passaram e, agora, uma nova espécie - mais inteligente e civilizada, o que me entristece ainda mais - está ameaçada por semelhante destino, haja vista que um número cada vez maior vem desaparecendo da face do planeta, por não conseguirem adaptar-se aos novos tempos. São os execussauros, espécie de executivo cujo lema sempre foi: "Viver para trabalhar. E ponto final.".
Essa espécie nunca se deu conta de que, tão importante quanto trabalhar é ter tempo para a família, para os amigos e, sobretudo, para si próprio. Embora muitas vezes turbinados por excelentes currículos, experiência corporativa invejável e competência inquestionável, não são espertos o suficiente para avaliar os custos versus os benefícios de serem viciados em trabalho. Afinal, até um dinossauro seria capaz de deduzir que, se é vício, por conseguinte excesso, não pode fazer bem.
Mas, deixemos os "entretantos" e partamos logo para os "finalmentes": O RH de hoje pensa da seguinte forma: é um erro pensar que trabalhando feito um burro de carga a empresa irá chegar ao topo da lista, seja lá do que for. Quem pensa assim, na verdade, demonstra que não consegue enxergar a longo prazo, já que os benefícios imediatos que poderá obter serão dizimados mais tarde pela perda de produtividade e até prejuízos sofridos pela empresa com tratamentos clínicos, internações hospitalares, absenteísmo, depressão, infartos do miocárdio, úlceras e muitos et ceteras.
Tenho muitos amigos que não viram os filhos crescerem, que viram os seus casamentos acabarem, que contraíram doenças incuráveis e alguns que até morreram por causa do excesso de trabalho. Isto não lhes parece um preço muito alto?
O mundo corporativo, pressionado pela globalização, também percebeu que esse era um preço muito alto que teria que pagar para "chegar ao topo". A partir daí, as empresas "evoluíram" e passaram a exigir mais qualidade de vida dos seus colaboradores ou... Alguns execussauros entenderam o sentido desse "ou..." e decidiram evoluir também.
Outros, cujo trabalho em demasia não lhes deixa tempo nem para uma leiturazinha de atualização, como esse sutil artigo, por exemplo, continuam agindo como os seus ancestrais, os dinossauros, que sem perceberem a mudança dos tempos, continuaram fazendo tudo como sempre fizeram, até que um dia, buum! O seu mundo ruiu.
Patrícia Pessotti - Formada em Gestão de Recursos Humanos pela Unipac. Trabalhou seis anos no setor de RH, na Secretaria Municipal de Saúde de Timóteo/MG, desenvolvendo treinamentos, cursos, palestras e capacitações para diversos profissionais da área de saúde e estagiários.

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