DOANDO.ORG

doando.org

terça-feira, junho 30, 2009

A CRISE E A TERCEIRA INTELIGÊNCIA

Por Floriano Serra

Há anos, através de livros, artigos e palestras, venho falando repetidamente sobre a Terceira Inteligência, que, em todos os segmentos da vida, propõe outros crivos comportamentais além daqueles da Razão e da Emoção. Volto a fazê-lo aqui motivado pela crise que assola o mundo e que se tornou assunto de todas as horas e justificativa para quase todas as mazelas que vêm ocorrendo no planeta. Como se sabe, essa crise econômica, a pior desde a década de 30, nasceu da ganância, do egoísmo e da falta de ética de alguns íntimos de Wall Street e que, apesar da enorme quantidade de gurus e experts em economia que pululam por aí, não foi nem de longe prevista ou imaginada, pegando o mundo de surpresa.
Um enfoque que não se costuma ler e ouvir nas análises dessa crise é de que ela nasceu exclusivamente de motivações emocionais e racionais - e por isso deu no que deu. A condição humana de ser emocional e racional é maravilhosa, mas não assegura isoladamente a paz e a evolução da raça. Quando mal direcionadas, as ações motivadas exclusivamente pela emoção buscam o prazer / poder ou a fuga de problemas / punições. Nestes casos, o comando para a ação (ou a falta dela) é "faço porque me agrada / porque quero" ou "não faço porque não me agrada / não quero".
Se alguém faz coisas ou toma decisões apenas porque lhe agrada ou porque quer, não haverá garantia alguma de que essa ação ou decisão será boa também para as outras pessoas, a sociedade, o mundo. Apenas refletirá ambição e egoísmo pessoal e assim não será saudável, legal, ética nem útil para os demais. Alguém poderá contra-argumentar: "ah, mas é justamente para evitar isso que existe a racionalidade! Se unirmos as duas inteligências, a racional e a emocional, então teremos a ação ideal, certo?" Errado.
O processamento racional do conhecimento e das informações nos conduz à ação dita "lógica" e nos induz a fazer aquilo que nos convém ou nos interessa. e não necessariamente ao que é legal, ético e saudável para as demais pessoas e comunidades. - e esta crise é a grande prova disso. As grandes fraudes divulgadas foram as mais cerebrais e inteligentes possíveis, tanto que levaram um tempo enorme para serem descobertas.
Em essência, razão e emoção não têm moral nem ética, porque, patologias à parte, sua dinâmica de ação parte desse binômio: me interessa (ou me convêm) ou me agrada (ou me satisfaz). Falta um terceiro crivo que lhe dê positivismo.
O crivo que está faltando é o da avaliação das conseqüências da ação ou da decisão para com o outro, seja amigo, parente, colega de trabalho, mercado, comunidade, sociedade, nações. É a este crivo, que venho chamando de Terceira Inteligência, que é a faculdade que tem o Homem de sobrepor à Razão e à Emoção uma outra essência que dá transcendência às suas ações e um sentido de direção voltado para o bem estar próprio e dos outros. Ou seja, uma postura de vida necessariamente ganha/ganha.
Esse terceiro crivo comportamental, aquele que decide a qualidade da ação ou decisão, venho chamando (na falta de melhor expressão) de espiritual - apesar de nada ter a ver com práticas e conceitos religiosos ou doutrinários, como algumas pessoas podem supor. Essa dimensão espiritual, que infelizmente permanece em estado latente na maioria das pessoas, convive com a razão e a emoção, mas pouco interage com elas. Tem a ver com o desejo voluntário e pessoal de compartilhar o Bem, pela consciência de que tanto uma família, equipe, empresa ou bairro - quanto a sociedade e o mundo inteiro - são partes de uma grande família, o que nos torna todos responsáveis pelo que ocorre no planeta.
A Terceira Inteligência é simples assim. Ela se sobrepõe a conveniências pessoais e a interesses meramente econômicos e materiais e caracteriza suas ações, sobretudo pela generosidade, ética e respeito ao próximo, de forma desprendida, exceto pelo desejo de ser útil. É ela que nos faz transcender ao ego, como diz o Deepak Chopra, fazendo-nos substituir a pergunta "O que vou ganhar com isso?" por "Como posso ajudar?"

Há várias causas que originam crises, mas aquelas provocadas por questões de ética, moral e caráter, certamente não existiriam sob a égide da Terceira Inteligência.
Nas empresas, por exemplo, a liderança ou o modelo de gestão que se fundamentar na Terceira Inteligência, certamente terá colaboradores muito mais comprometidos, motivados, felizes e, por conseqüência, mais produtivos. Durante 5 anos, como diretor de RH de uma indústria farmacêutica, tive oportunidade de vivenciá-la na prática, e funcionou perfeitamente - tanto que, através de duas conhecidas pesquisas nacionais, a empresa foi eleita pelos próprios funcionários, por 5 anos consecutivos, "uma das melhores para trabalhar no Brasil".
Mas enquanto não forem mudados os critérios de Sucesso e Poder na sociedade e no mercado, não será fácil vender-lhes a idéia da Terceira Inteligência. Paciência. Nem por isso deixarei de continuar fazendo a minha parte, plantando estas sementes por aí, Em algum lugar, em algum momento, surgirão outros terrenos férteis e então ouviremos muito menos falar-se em crises como essa.
Sonhar não custa nada.

* Floriano Serra é psicólogo, consultor e palestrante, presidente da SOMMA4 Consultoria em Projetos de RH e do IPAT - Instituto Paulista de Análise Transacional. É autor de vários livros e artigos sobre o comportamento humano.

O trabalhador que as empresas buscam

Em tempos antigos, a postura do trabalhador era de somente emprestar sua mão-de-obra à empresa para realizar atividades específicas de seu posto de trabalho. Porém, a partir dos anos 80, mudanças políticas, sociais e econômicas trouxeram um cenário mais competitivo, que gerou uma série de mudanças nas formas como os serviços e produtos eram oferecidos pelas empresas. Desafios como melhoria da qualidade de produtos, personalização na relação com os clientes, redução de custos, maior flexibilidade e inovação, passaram a fazer parte do dia-a-dia das organizações. Para lidar com tamanha complexidade, as empresas tiveram que descentralizar as decisões e delegar a responsabilidade às equipes de trabalho.

Todas essas mudanças fizeram com que o trabalhador deixasse de ser um mero fornecedor de sua mão-de-obra, para se apoderar novamente do seu trabalho e se responsabilizar por ele. Essa responsabilidade pelos resultados abriu caminho para o surgimento do comprometimento no trabalho. E é deste comprometimento que surgem as melhores soluções para novos problemas e tomadas de decisões, o que acabam se tornando uma grande vantagem competitiva da empresa.

Sendo assim, o perfil do trabalhador que as empresas buscam nos dias atuais é aquele que se mostra capaz de administrar as complexidades que surgem durante a execução do trabalho. É aquele que não somente possua o conhecimento técnico ou que saiba executar um bom serviço, mas que também consiga colocar em prática o seu conhecimento e habilidades na hora certa e do jeito certo, resolvendo problemas, dando soluções e inovando. Para isso é preciso que ele tenha habilidades sociais, ou seja, que saiba controlar suas emoções, que saiba lidar com os colegas de trabalho e chefia, que se antecipe aos problemas, que esteja aberto a diversos tipos de conhecimento e que, principalmente, que seja preocupado em crescer como pessoa, que reflita sobre o próprio comportamento de forma a fazer a gestão de seu próprio crescimento. Portanto, o que as empresas buscam é uma pessoa completa e preocupada em evoluir tanto profissionalmente como pessoalmente.


Meiry Kamia - Psicóloga, Consultora Organizacional e Mestranda em Administração - Meiry é pesquisadora do comportamento organizacional e desenvolve palestras com temas como criatividade, inovação, motivação, perfil profissional, trabalho em equipe, desenvolvimento humano, comunicação e seus obstáculos, comprometimento, defesas psicológicas que impedem um bom andamento dos processos internos da empresa, apoio ao processo de mudança organizacional, entre outros.
Diretora da HUMAN VALUE - Consultoria, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas. Diretora da Kamia Eventos que há 30 anos organiza e produz eventos de médio e grande porte.
Como artista: Segunda geração de uma família de ilusionistas, Meiry é reconhecida internacionalmente e premiada como melhor mágica da América Latina pela Federação Latino Americana de Sociedades Mágicas (FLASOMA); soma mais de 15 anos de experiência no ramo de entretenimento e comunicação.

http://www.meirykamia.com.br

Gestão das Competências: Um Novo Conceito

Por Mônica Mussi

Cada vez mais as empresas precisam estar preparadas para crescer num mercado extremamente competitivo e para isto buscam melhorias em todas as frentes: custos, qualidade, produtividade, estratégias de marketing, sistemas informatizados....
Existe porém uma dimensão que se torna cada vez mais importante e que tem se mostrado fundamental para a empresa fazer a diferença: a dimensão humana. Sem a preocupação pelas pessoas que compõem a Organização, existe um sério risco do negócio fracassar ou não alcançar bons resultados.
Já se foi o tempo em que as máquinas eram o ativo mais importante da empresa. Hoje, o papel do ser humano no trabalho é a base para que a empresa possa se mostrar apta a aceitar os desafios que o mundo empresarial impõe.
Hoje todos nós somos cobrados a nos colocar como profissionais coletivos, ajustados às expectativas das empresas e se comprometendo com o dia-a-dia como se fôssemos donos do negócio. E isto só é possível quando as empresas garantem um ambiente propicio para que os talentos surjam e sejam colocados a favor das Organizações.
Em outras palavras: um dos indicadores de competitividade é a capacidade que a empresa tem de formar e reter capital intelectual, além de atrair talentos.
Uma das ferramentas principais para que isto seja possível é a Gestão das Competências, metodologia que visa mapear a capacidade dos colaboradores na competências definidas pela empresa. Ex: Criatividade, Orientação para Resultados, Foco no Cliente, Negociação, Dinamismo, dentre outras.
O trabalho é realizado por etapas:

1. definição das competências importantes para o negócio
2. avaliação dos profissionais dentro destas competências e o nível de prontidão de cada um com montagem de Laudo de Competências
3. montagem de um Plano de Desenvolvimento onde são sugeridas ações para melhoria das competências avaliadas
4. apresentação para cada participante do resultado, com orientação individual de como buscar as melhorias sugeridas
5. Apresentação para a empresa de gráficos e planilhas comparativas, dando subsídios para a identificação de ações comuns a serem empreendidas

Os resultados que surgem a partir da Gestão das Competências refletem diretamente:
A curto prazo: forte reflexo no desempenho individual (em função da possibilidade de cada participante conhecer suas forças e fraquezas)
A médio prazo: forte reflexo no desempenho grupal ( melhor integração da equipe)
A longo prazo: reflexo no desempenho global da empresa ( vitalidade e saúde organizacional em função da correta alocação das pessoas).
A Gestão das Competências transforma conhecimentos, interesse e vontade em resultados práticos. E garantir esta transformação significa ser competente.
O desafio que temos pela frente é garantirmos que este conceito seja efetivamente praticado, seja pela empresa, seja por nós mesmos, na busca de aperfeiçoamento.
Vamos dar o primeiro passo?